Dez músicas que poderiam ser do Tábua de Esmeraldas mas não são do Jorge Ben Jor
Todas as canções poderiam muito bem integrar o clássico disco de 1974 por afinidade estética, temática, sonora e espiritual. E se você discorda...
Felizmente, em tempo, em vida, o mundo todo reconhece e se curva, respeitosamente, ante a supremacia de Jorge Duílio Lima Meneses, aka Jorge Ben Jor, ex-Jorge Ben, como o brasileiro mais influente da história, ao lado de Pelé, Tom Jobim e Romero Britto. É justo.
Nascido no bairro de Madureira, 84 anos, segundo a certidão de nascimento, ou 79, de acordo com o próprio, o filho do Seu Augusto e da Dona Silvia contagiou a todos, indistintamente. Dos tropicalistas Caetano Veloso e Gilberto Gil, um Maracanã lotado de sambarroquistas, alcançando até a geração noventista, ao contaminar conjuntos dessemelhantes como O Rappa e Soufly.
E é com um dos destaques da caleidoscópica obra de Ben Jor, o disco “A Tábua de Esmeraldas”, lançado em 1974, que eu instalo a newsletter batizada de “As Melhores Playlists do Mundo”, mas que, vocês verão em breve, poderá ser sobre qualquer coisa.
Vamos lá: abaixo, dez músicas, digamos, mais novas, que integrariam muito bem o Tábua, por afinidade estética, temática, sonora, espiritual e, até mesmo, porque eu acho que tem a ver e a playlist é minha. Se você discorda, cria uma sua e faz segundo o seu critério.
O link para a playlist vai logo na sequência.
#1 | Mistério Stereo - Curumin
Jorge compôs e perdeu letra e partitura durante a gravação do Tábua. O multi-instrumentista Luciano Nakata Albuquerque, aka Curumin, encontrou décadas depois e registrou. Linda e viajandona.
#2 | Flor de Plástico - Russo Passapusso
Roosevelt Ribeiro de Carvalho, aka Russo Passapusso, líder do trepidante Baiana System, compôs em disco solo canção na melhor tradição botânica de “Magnólia” e “Homem da Gravata Florida”.
#3 | Rodo Cotidiano - O Rappa
Tem “ôh, ôh, ôh, ôh, ôh”, tem “my brother”, duas marcas do Jorge, e são mais de seis minutos hipnóticos de surrealismo e calor no Rio de Janeiro, música do agrupado que é dos mais celebrados herdeiros do Ben.
#4 | O Rapaz do B… Preto - Mundo Livre-SA
“Olha só quem vem chegando…”, não são os alquimistas, mas é o fera de “design radical”, em composição de Fred Rodrigues Montenegro, aka Fred Zero Quatro, o filho de Jorge Ben com Joe Strummer, canção que é referência direta a “Homem da Gravata Florida”.
#5 | Um Sonho - Nação Zumbi
Apocalíptica, romântica e psicodélica balada dos recifenses que, vez ou outra, transmutam-se na mais laureada banda cover da história, Los Sebosos Postizos, só para tocar Jorge Ben. Errado não tá.
#6 | Suco de Tangerina - Beastie Boys
Parece que está começando “Errare Humanum Est”, mas é um dubzaço composto em homenagem a Ben, Brigitte Bardot e ao suco que bestificou o trio novaiorquino em turnê pelo Brasil em 2007.
#7 | Malemolência - Céu
Não é “Menina Mulher da Pele Preta”, mas “menino bonito, menino bonito, ai”. Já a malemolência, com o perdão da sacada, é a mesma. Sinuoso sambalanço da musa Maria do Céu Whitaker Poças, aka Céu.
#8 | Max de Castro - Calaram a Voz do Nosso Amor
Se eu fosse o Jorge, processava Maximiliano Simonal Pugliese (sim!) de Castro, aka Max de Castro. Trepidante sambalanço que se inspira ainda na fase blackpower de “Negro é Lindo” do outrora cognominado Babulina.
#9 | Tamborim - Marina Sena
Uma versão de “Minha Teimosia, uma arma pra te conquistar”, de Marina de Oliveira Sena, aka Marina Sena, balanção sensual que atualiza “põe estrelas em meus olhos” para “dar um rolê, fazer fumaça”.
#10 | You Got Me - The Roots
Numa original conexão Rio Comprido-Filadélfia, balada cortante sobre encontros e desencontros que é prima de “Cinco Minutos”.
Eu fiz a playlist no Deezer, e para ouvi-la é só clicar AQUI.
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